Associado ao Instituto envia recomendação para os candidatos ao governo do Estado

Associado ao Instituto desde 1954, Julio Cerqueira César Neto é membro da Divisão Técnica de Engenharia Sanitária do Instituto e um dos organizadores do Seminário Enchentes na Região Metropolitana de São Paulo. Recentemente ele enviou uma recomendação aos candidatos ao Governo do Estado de São Paulo no qual citou os seguintes pontos: 

A Região Metropolitana de São Paulo é órfã de pai e mãe, não tem ninguém nem nenhuma instituição que se preocupe e/ou cuide dela. 

O Comitê da Bacia do Alto Tietê e sua Agência, única instituição na região capaz de impor alguma racionalidade no seu processo de desenvolvimento através do gerenciamento dos recursos hídricos se encontra praticamente desativado desde Maio de 2006. 

A Calha do Tietê extravasou 4 vezes nos últimos meses devido ao assoreamento do seu leito que praticamente não é limpo desde a inauguração da sua ampliação há já quase 5 anos.
Os canais do Pinheiros extravasaram 2 vezes nos últimos meses por deficiência de operação e manutenção de suas bombas. 

O Tamanduateí extravasa várias vezes todos os anos. 

A bacia do Alto Tietê à montante da barragem da Penha continua a apresentar urbanização incompatível com as necessidades de manutenção das vazões de restrição e a proteção dos seus 5 mananciais. Tem apresentado também enchentes das várzeas ocupadas devido ao intenso assoreamento do seu canal principal. 

A Sabesp estabeleceu como prioridade o atendimento dos seus acionistas em detrimento dos seus usuários, pois praticamente não investe em novos mananciais após a conclusão do Sistema Cantareira há quase 20 anos e em tratamento de esgotos há mais de 10 anos. Além do mais continua lançando a maior quantidade dos esgotos que coleta nos rios e córregos sem tratamento. Continua também cobrando pelos esgotos sem na realidade prestar esse serviço. 

Os mananciais da região continuam desprotegidos agravando a qualidade de suas águas e mesmo assim a Sabesp mantém seus sistemas de tratamento convencionais já superados para tratar essas águas. 

A operação dos reservatórios da região continua sem comando. DAEE, SABESP e EMAE operam os seus de forma independente. A Sabesp demonstrou no último ano hidrológico que operou o Sistema Cantareira priorizando o abastecimento de água desprezando a necessidade de controle de cheias provocando enchentes na bacia do Piracicaba à jusante dos reservatórios.
O DAEE ainda não se organizou adequadamente para manter e operar os piscinões sob sua guarda.

Autor: Julio Cerqueira César Neto